O ROLHA DE POÇO

06. O ROLHA DE POÇO
Duração: 03:34
Composição: Erós e Liebert

Que garoto esganado
Come feito um condenado
Tá redondo, parece uma bola
Passa o dia mastigando
Cada vez mais engordando
É o rolha de poço lá da escola
Sua mãe faz cara feia
Mas quando ela bobeia
Ele esvazia a geladeira

(2x)
Come, come, come, ele não é brincadeira
Come, come, come, fica de barriga cheia

Se alguém fala em regime
Ele diz: isso é um crime
Vocês querem acabar comigo
Eu não vivo pra comer
Eu só como pra viver
Viver sem comer eu não consigo
Vai falando, vai comendo
A barriga tá crescendo
E seu peso passa de noventa

(2x)
Come, come, come, eu não sei como ele agüenta
Come, come, come, qualquer dia ele arrebenta

(2x)
Nem quero ver o bode que vai dar
O dia que o bolão arrebentar

COMENTÁRIOS

Totalmente inaceitável nos dias atuais, a letra de "O Rolha de Poço" brinca com os gordinhos. E, com o perdão do trocadilho, pega pesado com as crianças mais fofinhas. Como se trata de um tema mais de meninos do que de meninas, Juninho Bill e Rubinho dividiram os vocais nas estrofes. Os refrões são em coro.

No álbum de 1987, a canção "O Brincalhão", já havia dado uma pincelada nos apelidos e gozações infantis, baseados geralmente nas caraterísticas físicas da garotada. Claro que ainda não se falava em bullying e tudo era visto de uma maneira bastante inocente.

O próprio Trem da Alegria havia dado uma resposta, naquele mesmo disco, para quando as brincadeiras começassem ir longe demais: chamar o irmão mais velho para intimidar ou até mesmo bater nos coleguinhas boca-suja! É o que sugeria a música Zé Grandão, da qual também já falamos aqui.

Enfim, eram outros tempos, distantes do politicamente correto. Quando ainda não se via muita maldade nessas piadinhas, naturalmente apareceriam músicas como esta. E ainda apareceriam outras, nos álbuns futuros.

Mas não é só de bullying que vive "O Rolha de Poço". Há outra mensagem, importante, atrás da esculhambação com o amigo rechonchudo: a obesidade infantil. Prova de que este sério problema para os pais da atualidade já começava a preocupar no fim da década de 1980.